O poder da leitura na realidade das crianças

18/03/2024

Estou fascinado pela história contada no livro a Biblioteca Secreta de Londres. O que mais me impressiona é a maneira como a escritora (Kate Thompson) conta uma realidade paralela aos horrores da Segunda Guerra Mundial.

Entre bombardeios, sonhos despedaçados e mortes, uma linda história de superação e esperança floresce no metrô de Londres.

Vamos resenhar?

O livro conta a história das amigas Clara e da Ruby. No caso da Clara, era viúva de guerra e trabalhava em uma biblioteca; na ala infantil. Quando o prédio foi destruído no início da blitz, ela e a Ruby esconderam os livros num cantinho do metrô, lá embaixo, a 23 metros de profundidade!

E a Ruby também tem os próprios problemas. A irmã dela morreu num acidente no metrô e a mãe vive com um cara super bruto. Mas no meio de tudo isso, o amor e a esperança florescem. É emocionante ver como elas enfrentam os pesadelos da guerra e cuidam uma da outra.

E a escritora manda super bem alternando os capítulos entre essas duas personagens. Além disso, traz eventos reais da época da guerra, como o desastre do Bethnal Green em 1943 e as mansões de Hughes em 1945. Isso dá um peso maior à história.

Ah, e as notas da autora no final do livro são incríveis! Ela explica muita coisa sobre o contexto histórico da época e como as bibliotecas foram destruídas durante a Blitz. Alguns personagens são baseados em pessoas reais que viveram naqueles tempos difíceis.

E no começo de cada capítulo tem uma frase ou depoimento de um bibliotecário, é demais! Isso já cria uma conexão incrível com as personagens, principalmente com a Clara e a Ruby - que são as responsáveis pelo esconderijo dos livros.

E olha só, a autora até entrevistou pessoas reais que se abrigaram no metrô e frequentavam a biblioteca na vida real. É muita pesquisa e cuidado com a história!

E as reflexões?

Esse foi um dos trechos que me fizeram refletir: "Clara envolvia as crianças do abrigo em histórias, levava-as em contos fantásticos de reis e piratas, montanhas e amotinados, como se os livros sozinhos fossem capazes de manter longe a vida real".

Após ler esse trecho, pensei: Será que a leitura de livros já ajudou crianças em tempos de guerra? Fui pesquisar e veja o que descobri:

Durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), um grupo de crianças encontraram refúgio em um pequeno orfanato na cidade de Barcelona. Com a guerra devastando o país e causando grande sofrimento, essas crianças enfrentaram inúmeras dificuldades, incluindo a perda de entes queridos, fome e medo constante.

No entanto, havia uma coisa que trouxe um pouco de alegria e consolo para esses pequenos: os livros. Apesar dos recursos limitados, o orfanato conseguiu manter uma pequena biblioteca, composta principalmente por doações da comunidade local.

Esses livros se tornaram uma fonte de refúgio para as crianças, permitindo que suas mentes viajassem para além das paredes do orfanato e dos horrores da guerra.

A bibliotecária do orfanato, uma mulher dedicada e apaixonada pela leitura, lia para elas todas as noites. Escolhia histórias que ofereciam escapismo e inspiração. Quando as bombas ecoavam ao longe e o medo pairava sobre o orfanato, esses momentos de leitura proporcionavam um breve alívio do caos ao redor.

Mesmo após o fim da guerra, os livros continuaram a desempenhar um papel vital na recuperação dessas crianças. Eles foram uma fonte de educação, inspiração e cura emocional, ajudando a superar os traumas que haviam enfrentado durante os anos de conflito.

Recentemente, foi aberta uma exposição com desenhos feitos por essas crianças. Um artigo do El Diario conta um pouco dessa história.

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